Hoje é 21 de maio de 2025 18:32

Procurador da Alego é alvo de operação contra corrupção, associação criminosa e extorsão

Segunda fase da Operação Prince John cumpre 15 mandados judiciais de busca e apreensão e cinco de prisão temporária em Goiânia e mais 4 cidades
Justiça determinou também sequestro de bens e valores que ultrapassam R$ 5,3 milhões, além da quebra de sigilo bancário e fiscal de todos os investigados e do afastamento de dois servidores públicos // Fotos: PCGO

A Polícia Civil de Goiás deflagrou, na manhã desta terça-feira (20/5), a segunda fase da Operação Prince John, para cumprir 15 mandados judiciais de busca e apreensão e cinco de prisão temporária.

As ações são coordenadas pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) e ocorrem em Goiânia, Acreúna, Edéia, Paraúna e Goianésia.

Entre os alvos estão o procurador da Assembleia Legislativa de Goiás Cristiano Oliveira Siqueira e um auditor da Receita Federal.

“Esta é a segunda fase da Operação Prince John, iniciada em setembro de 2024”, informou a Polícia Civil.

Foi determinado o sequestro de bens e valores que ultrapassam R$ 5,3 milhões, além da quebra de sigilo bancário e fiscal de todos os investigados e do afastamento de dois servidores públicos.

“Foi solicitado e a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 5,3 milhões em ativos para garantir o ressarcimento ao erário”, acrescentou a Polícia Civil.

A primeira fase da operação revelou um esquema de estelionato e falsificação de documentos públicos que simulava o recolhimento de ITCMD em nome das vítimas.

Ainda segundo a Polícia Civil, as investigações apontam crimes que vão de associação criminosa e estelionato a corrupção ativa e passiva e extorsão.

Até o momento, as defesas dos suspeitos não se manifestaram. O Portal NG aguarda posicionamento da Assembleia Legislativa de Goiás e da Receita Federal sobre o caso.

Esquema movimentou R$ 352 milhões em 5 anos

As investigações identificaram um movimento financeiro significativo, com o núcleo operacional movimentando R$ 352 milhões entre 2020 e 2024, dos quais R$ 54.491.759,39 foram trocados entre os envolvidos. Nesse mesmo período, ocorreram 2.629 saques em espécie, totalizando R$ 3.962.778,32.

A operação elucidou casos extremos de extorsão, como uma única vítima que transferiu R$ 17 milhões ao grupo criminoso.

De acordo com a ocorrência, a Assembleia Legislativa de Goiás foi usada como cenário para a operação do esquema fraudulento. Informações privilegiadas indicam que o “serviço de assessoria tributária” fraudulento era promovido em salas de reuniões reservadas dentro da Alego. Utilizando o prestígio e a influência do procurador da Casa, a associação criminosa teve êxito em convencer inúmeras vítimas de que as atividades tinham respaldo institucional.

O esquema prometia, de maneira enganosa, reduzir as alíquotas do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), atraindo clientes através de falsificações que simulavam recolhimentos legítimos. A ação interna dentro da Alego reforçou uma aparência de autenticidade ao esquema fraudulentamente elaborado.

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