O deputado federal Professor Alcides anunciou sua desfiliação do Partido Liberal (PL) no último sábado (25/1), em meio a um cenário conturbado de acusações, investigações e alegações de perseguição política. A decisão foi formalizada por meio de uma carta enviada ao presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, e marca uma reviravolta na trajetória política do parlamentar.
Alcides justificou sua saída afirmando que a decisão foi motivada por “razões alheias” à sua vontade e por questões de foro íntimo. Em suas declarações, ele destacou a necessidade de garantir o pleno exercício de seu mandato e de se dedicar à busca por justiça e esclarecimento das acusações que enfrenta.
O parlamentar também negou ter sofrido pressão interna do partido, apesar de relatos de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria sugerido sua saída para preservar a imagem da legenda. Alcides concorreu à prefeitura de Aparecida de Goiânia na eleição de 2024.
A desfiliação ocorre em meio à investigação da Operação Peneira, deflagrada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia, que apura um suposto crime envolvendo o parlamentar. A operação investiga o uso de violência e ameaças para apagar provas de uma suposta relação íntima de Alcides com um adolescente.
Além disso, acusações de estupro contra o deputado também ganharam repercussão nacional, alimentando as especulações sobre os reais motivos de sua saída do partido.
‘Enfrento perseguição política’
Em defesa, Professor Alcides afirmou ser vítima de uma campanha de difamação, citando o uso de inteligência artificial para fabricar imagens e vídeos falsos que o associariam a atos criminosos.
“Enfrento perseguição política”, declarou o deputado em um vídeo divulgado nas redes sociais. Seu advogado, Pedro Paulo de Medeiros, classificou as denúncias como “absolutamente falsas e criminosas”, argumentando que elas são motivadas por homofobia e uma tentativa de extorsão.
Enquanto tenta reconstruir sua imagem, o deputado busca um novo partido para se filiar e planejar sua candidatura à reeleição em 2026. Apesar das incertezas, o caso levanta debates sobre o impacto das acusações na carreira política de Alcides e nas articulações eleitorais em Goiás.
As investigações continuam em curso.
