Hoje é 6 de maio de 2025 20:00

Professores querem o piso retroativo a janeiro para encerrar greve em Aparecida

Prefeitura alega que ainda está pagando dívidas herdadas da gestão anterior e que sugeriu criação de uma mesa de negociação permanente
Professores e servidores administrativos da rede municipal de educação de Aparecida de Goiânia participaram de sessão da Câmara Municipal nesta terça-feira // Fotos: Marcelo Silva/Câmara

Em greve desde o dia 29 de abril, professores e servidores administrativos da rede municipal de educação de Aparecida de Goiânia realizaram, na manhã desta terça-feira (6/5), uma manifestação na sede da Câmara Municipal e pediram apoio dos vereadores para tentar encontrar uma solução para a greve. Enquanto o sindicato afirma que só 20 escolas da rede não pararam, a prefeitura aponta outra realidade. Segundo a prefeitura, das 93 unidades escolares do município, 13 unidades estão com atividades totalmente paralisadas, 43 com paralisação parcial e 37 com atividades ocorrendo normalmente.

Entre as demandas, os trabalhadores pedem a concessão das progressões verticais e horizontais previstas no plano de carreira, pagamento da gratificação por titularidade, além de realização de concurso público e melhorias em geral nas estruturas das escolas.

Mas o principal ponto, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), é o pagamento do reajuste do piso nacional dos professores, que deveria ter sido feito em janeiro.

Presença de servidores da Educação dominou discussões na sessão da Câmara

“A prefeitura apresentou uma proposta do reajuste da data-base e do reajuste em maio, mas não vai pagar o retroativo dos professores, que é devido desde janeiro. Aí a categoria não aceitou”, disse Valdeci Português, representante regional do Sintego, ao PORTAL NG.

Segundo ele, a deflagração da greve poderia ter sido evitada, caso esse ponto fosse resolvido.

“Não foi apresentada nenhuma proposta para este ponto, que tem um custo de pouco mais de R$ 7 milhões, que é valor do retroativo do piso dos professores”, acrescentou Português, que utilizou a tribuna da Câmara para pedir apoio dos vereadores.

Câmara se propõe a mediar impasse

Vereador Professor Clusemar, presidente da Comissão de Educação da Câmara

Presidente da Comissão de Educação da Câmara, o vereador Professor Clusemar (Podemos) afirma que vai tentar mediar a situação.

“A gente sabe que infelizmente a prefeitura está numa situação muito difícil, com um déficit financeiro muito grande, mas não podemos tensionar, os professores puxarem para um lado e o Executivo para o outro”, declarou.

“Como presidente da Comissão de Educação, irei mediar, porque esta Casa nunca foi contra os servidores públicos, principalmente da educação”, acrescentou, ao apontar negociação e conversas como caminho para buscar distensionar.

Prefeitura alega dificuldade financeira e aponta prejuízo para milhares de alunos

Prefeitura de Aparecida afirma que propõe pagar o novo Piso dos Professores a partir de maio e discutir o pagamento do retroativo referente aos meses de janeiro a abril

Nesta terça-feira, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia informou que, por meio das secretarias de Educação, Fazenda e Procuradoria-Geral, propôs, em reuniões realizadas na sexta-feira (25) e na segunda-feira (28), o pagamento do novo Piso Nacional dos Professores a partir da folha de maio.

“Ainda assim, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) decidiu deflagrar greve nesta terça-feira (29), prejudicando milhares de alunos das Escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) do município”, informou em comunicado à imprensa.

Negociação: representantes da prefeitura e do Sintego não chegaram a um denominador comum

Ainda segundo a prefeitura, a proposta de reajuste foi apresentada pela administração com a garantia de envio imediato de projeto de lei à Câmara Municipal para regulamentação. Além disso, a prefeitura afirma que sugeriu a criação de uma mesa de negociação permanente para discutir o pagamento do retroativo referente aos meses de janeiro a abril e tratar de outras pautas da categoria, respeitando os limites financeiros do município.

“Estamos fazendo todos os esforços possíveis para pagar o piso dos profissionais da educação, o que é justo, mas herdamos uma dívida de mais de R$ 500 milhões da gestão anterior e ainda estamos quitando acertos salariais de dezembro”, afirma a secretária municipal de Educação, Núbia Farias.

“Já deixamos garantido o pagamento integral a partir de maio e propusemos diálogo permanente para tratar das demais reivindicações, de forma responsável e transparente, mas não foi aceito”, alega.

O procurador-geral do Município, Fábio Camargo, destaca que o município não se nega a pagar os servidores.

“Mas é preciso atuar com responsabilidade para não comprometer os serviços públicos essenciais e a própria folha de pagamento”, argumenta.

A prefeitura afirma que, desde janeiro de 2025, adotou uma política de austeridade para equilibrar as contas, garantindo o pagamento em dia de salários e fornecedores, além de quitar R$ 58 milhões da folha de dezembro/2024. Outras demandas, como concurso público (suspenso judicialmente) e titularidades, dependem de decisões judiciais para avançar.

“Permanecemos abertos ao diálogo para chegarmos a um denominador comum que não prejudique os serviços públicos nem os servidores da Educação”, concluiu o procurador-geral Fábio Camargo.

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