Hoje é 1 de abril de 2025 18:11

Promotoria descarta indícios de crime em investigação contra Gusttavo Lima

Cantor chegou a ser indiciado pela polícia com base em suspeitas sobre venda de aeronave, mas transações financeiras não confirmam irregularidades
Ministério Público de Pernambuco solicitou que o caso fosse transferido para Paraíba, visto que a empresa Vai de Bet, foco da operação, está sediada lá // Foto: Reprodução

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) afirmou em novo parecer encaminhado à Justiça nesta quinta-feira (10) que faltam indícios suficientes para comprovar crimes no caso que investiga o cantor sertanejo Gusttavo Lima por suposta lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais. O artista foi indiciado no âmbito da Operação Integration, mas o MPPE destacou que não há evidências claras de irregularidades nas transações envolvendo a venda de uma aeronave, que é o foco central da investigação.

Gusttavo Lima foi indiciado em setembro de 2023, acusado de vender um avião para a empresa Esportes da Sorte e, posteriormente, negociar a mesma aeronave com os proprietários da Vai de Bet, empresa de apostas online. No entanto, segundo o MPPE, discrepâncias nos contratos, como assinaturas eletrônicas em datas divergentes e a revenda posterior da aeronave para outra empresa, não configuram lavagem de dinheiro. “O fato da data da assinatura eletrônica do distrato não coincidir com a data digitada, além da circunstância dessa mesma aeronave ter sido vendida posteriormente, sete meses depois […] não indicam ilegalidade configuradora de crime de lavagem de dinheiro”, afirmou o MPPE.

O parecer foi enviado à juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, e assinado por cinco promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). O MPPE já havia solicitado que o caso fosse encaminhado para a Justiça da Paraíba, uma vez que a empresa Vai de Bet, principal foco da investigação, está sediada naquele estado.

O cantor, cujo nome verdadeiro é Nivaldo Batista Lima, teve sua prisão preventiva decretada em setembro de 2023 pela juíza da 12ª Vara Criminal, juntamente com Bóris Maciel Padilha, inicialmente apontado como seu empresário, o que foi negado pela assessoria de Gusttavo Lima. O cantor deixou o Brasil antes da decretação da prisão, em um voo particular para Miami. No entanto, a ordem de prisão foi revogada no dia 24 de setembro pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, que considerou as justificativas apresentadas como “ilações impróprias e considerações genéricas”.

O MPPE também abordou as acusações sobre o dinheiro encontrado no cofre da Balada Eventos, empresa de Gusttavo Lima. De acordo com o órgão, os valores de R$ 4,9 milhões e R$ 4,8 milhões vieram da venda da aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XLS, e estavam devidamente registrados. O parecer concluiu que a investigação não apresentou provas de que as transações envolviam atividades ilícitas, reforçando que não há ligação entre as operações financeiras de Gusttavo Lima e jogos ilegais.

A defesa do cantor comemorou o parecer do MPPE, afirmando que ele “reflete a convicção de que o artista e suas empresas não cometeram nenhum crime de lavagem de dinheiro, organização criminosa e exploração de jogos ilegais”. A defesa também destacou que todas as operações comerciais foram realizadas com base em contratos e comprovantes bancários.

No final de setembro, o MPPE já havia recomendado que o caso fosse transferido para a Paraíba, uma vez que a empresa Vai de Bet, principal alvo das suspeitas, está localizada em Campina Grande. A investigação também envolve outros empresários, como Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana Rocha, donos da Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos, que teriam recebido valores da Esportes da Sorte sem justificativa clara.

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