Agendada para o dia 13 de dezembro, a prestação de contas do prefeito de Goiânia na Câmara Municipal referente ao segundo quadrimestre de 2024 poderá ocorrer sem a presença do prefeito Rogério Cruz (SD). O presidente da Comissão Mista da Câmara, vereador Cabo Senna (PRD), que agendou a data e enviou ofício ao chefe do Executivo, afirma que trata-se de uma convocação e, portanto, o prefeito deve ir, sob pena de responder pela ausência.
O ofício de convocação, assinado por Cabo Senna, exige a participação de Cruz para detalhar o balanço financeiro da prefeitura referente aos meses de maio a agosto deste ano.
“Não é um convite, é uma convocação e ele é obrigado a vir. Se ele não vier, tem outros meios para que ele faça a prestação de contas”, disse Cabo Senna nesta quinta-feira (15/12), ao acrescentar que trata-se de uma oportunidade para Rogério Cruz explicar, com o secretário de Finanças, “para onde foi o dinheiro gasto”.
“O povo, que é quem paga os impostos, precisa de respostas, onde o dinheiro foi gasto, como foi gasto, quanto foi gasto pelo prefeito, em cada situação”, acrescentou.
O presidente da comissão diz que acredita na vinda do prefeito e que a audiência será também um momento para que os vereadores questionem Rogério Cruz principalmente sobre os problemas na área da saúde.
“Todo chefe de Poder Executivo é obrigado a prestar contas quadrimestralmente.Caso ele não venha, ele pode incorrer em crime de responsabilidade fiscal e algumas penas. E, claro, ele tem que apresentar uma justificativa muito plausível sobre sua ausência, caso ela aconteça”, reforça o vereador Henrique Alves (MDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
“Esperamos o prefeito e, como membro da Comissão Mista estarei aqui para questioná-lo a respeito da questão orçamentária e fiscal da prefeitura de Goiânia”, diz.
Para o emedebista, o prefeito será recebido de forma democrática e terá uma oportunidade para expor “as conquistas que obteve ao longo do mandato” e explicar o que está acontecendo.
“Em caso de ausência, ele vai ter que justificar”, pontua.
‘Clima aqui é muito desfavorável ao prefeito’, diz vereadora
No mesmo sentido, a vereadora Aava Santiago (PSDB) destaca que a prestação de contas é obrigação do prefeito, “embora ele tenha um histórico que nos deixa com esse receio de que ele pode não comparecer, haja visa que ele já adiou prestação de contas pelo menos umas quatro vezes”.
“Infelizmente o clima aqui na Câmara é muito ruim para que ele venha, porque os vereadores que deram base a ele durante quatro anos, agora estão fazendo aquilo que há de mais baixo na política, que é chutar cachorro morto e negociar a carcaça”, critica.
“Os mesmos vereadores que foram signatários de todas as iniciativas do Executivo que ajudaram a destruir a cidade, agora chegam até a falar em impeachment. Então o clima é muito desfavorável porque o prefeito está descobrindo da maneira mais melancólica e amarga que ele nunca teve aliados, ele só teve chantagistas ao seu lado”, acrescenta Aava.
Apesar do posicionamento dos vereadores, a Lei de Responsabilidade Fiscal admite que o secretário de Finanças apresente as contas do Executivo.