A Rússia lançou um novo tipo de míssil balístico nesta quinta-feira (21/11) contra a Ucrânia, em resposta a recentes ataques ucranianos com armamento fornecido pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. O presidente Vladimir Putin confirmou o uso do míssil como uma forma de testar o novo equipamento em reação ao que considera “agressão do Ocidente”. Ele também criticou os EUA e o Reino Unido por, supostamente, se envolverem diretamente no conflito ao fornecerem armas avançadas à Ucrânia.
O míssil foi disparado da região russa de Astrakhan contra Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, segundo autoridades ucranianas. A distância entre as duas localidades é de cerca de 1.000 km. De acordo com a Força Aérea ucraniana, o ataque teve como alvo infraestruturas críticas e empresas, causando incêndios e danos a uma instalação industrial. O governador regional, Serhiy Lysak, relatou que duas pessoas ficaram feridas na ofensiva.
Além do novo míssil, a Rússia utilizou um Kinzhal, míssil hipersônico, e sete mísseis de cruzeiro Kh-101. O Exército ucraniano informou que seis dos mísseis foram interceptados pelas defesas aéreas. Putin, no entanto, negou o uso do Kinzhal e afirmou que o lançamento de tal armamento seria previamente comunicado à população civil. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu ao ataque chamando Putin de “maluco” e acusando-o de desprezar a vida humana e a liberdade.
O ataque ocorre em um momento de escalada no conflito, após a Ucrânia ter usado mísseis de longo alcance fornecidos por EUA e Reino Unido para atingir alvos em território russo. O uso dos mísseis ATACMS e Storm Shadow, com alcance de até 300 km, irritou o Kremlin, que havia alertado sobre uma possível escalada caso tais armas fossem utilizadas. Especialistas, como Andrey Baklitskiy, do Instituto de Pesquisa para Desarmamento da ONU, destacaram a surpresa com o uso de um míssil balístico intercontinental (ICBM) em campo.
O conflito, que chegou ao 1.000º dia recentemente, ganha contornos ainda mais internacionais com a chegada de tropas norte-coreanas para apoiar a Rússia. A presença dessas forças motivou a decisão do governo Biden de autorizar o envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia, gerando novas tensões no cenário global.