Hoje é 27 de novembro de 2024 15:52

Secretário de Saúde de Goiânia é preso em operação do MP

Segundo promotores, também foram presos o secretário-executivo e o diretor financeiro da Secretária Municipal de Saúde
Mandados foram cumpridos na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas residências dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta // Fotos: Divulgação/MP

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Patrimônio Público (Gaepp), realiza na manhã desta quarta-feira (27/11) a Operação Comorbidade, em investigação de crimes de pagamento irregular em contrato administrativo e de associação criminosa no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde. Foram presos o secretário, Wilson Pollara, o secretário-Executivo e o diretor Financeiro da pasta.

A Justiça, a pedido do MPGO, determinou ainda a suspensão das funções públicas e o afastamento preventivo dos três servidores investigados. Esses mandados, expedidos pelo 1º Juízo de Garantias da Capital, foram executados com o suporte da Polícia Militar.

De acordo com a apuração, os investigados teriam se associado para cometer reiteradamente crimes, concedendo vantagens indevidas em contratos, o que teria causado danos ao erário. Também foram identificados pagamentos irregulares, incluindo a quebra da ordem cronológica de exigibilidade.

Os mandados foram cumpridos tanto na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia quanto nas residências dos investigados e na casa de um empresário ligado à pasta. Durante as buscas, foram encontrados R$ 20.085,00 em espécie com um dos alvos.

Esquema impactou o atendimento à população

De acordo com a investigação, recursos públicos previstos em convênios deixaram de ser transferidos pelos envolvidos para entidades do terceiro setor encarregadas da administração de hospitais e maternidades da capital, como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). Com isso, a instituição acumulou um débito de R$ 121,8 milhões com fornecedores, tornando inviável a manutenção regular de suas operações.

Enquanto o esquema criminoso operava, a rede pública de saúde da capital enfrentava uma crise de gestão sem precedentes, marcada por uma progressiva desorganização da assistência hospitalar, limitação no acesso a leitos de enfermaria e UTI, ausência de insumos básicos, suspensão de serviços essenciais, sérias falhas em políticas públicas de assistência básica, descumprimento sistemático de ordens judiciais, além de práticas de obstrução e manipulação na atuação dos órgãos de controle externo. Também foram detectados indícios de irregularidades em diversas contratações.

Esse cenário tem causado uma grave violação de direitos fundamentais, especialmente os relativos à saúde e à vida da população que depende do Sistema Único de Saúde.

Agentes do MP realizaram buscas no gabinete do secretário de Saúde da capital

O cumprimento dos mandados está sendo realizado pelo Gaepp, com a colaboração de 11 promotores de Justiça, servidores do MPGO, um delegado e 28 policiais militares.

Gaepp – O Grupo de Atuação Especial do Patrimônio Público, criado em agosto de 2023 pelo Ministério Público de Goiás, representa um reforço no combate às irregularidades na administração pública goiana. A estrutura, que atua em todo o território estadual, foi instituída para enfrentar casos complexos que apresentem grave lesão ao erário ou demandem investigação especializada. (Com informações da Assessoria de Comunicação Social do MPGO)

Quer receber nossas notícias em seu whatsapp?

Compartilhar em:

Notícias em alta