O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito presidente do Senado Federal neste sábado (1º) com 73 dos 81 votos. Essa será a segunda vez que ele ocupa o cargo, após ter presidido a Casa no biênio 2019-2020. A eleição contou com a participação dos senadores Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE), enquanto Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) retiraram suas candidaturas antes da votação.
Após a vitória, Alcolumbre ressaltou seu compromisso com o diálogo e a unidade do Senado. Ele afirmou que pretende conduzir a Casa de forma colaborativa, buscando soluções que representem os interesses da população. “Para mim, governar é ouvir e liderar é servir. O Brasil precisa de união, não de divisão”, declarou o senador durante seu discurso.
O ex-ministro bolsonarista Marcos Pontes, candidato derrotado, afirmou que o país “clama por mudanças” e cobrou mais representatividade no Senado. Ele destacou a necessidade de restaurar a credibilidade da Casa e garantir que a população seja ouvida. Já Eduardo Girão criticou a postura do Senado nos últimos anos, alegando que houve omissão diante de decisões polêmicas que afetam a democracia.
O presidente do Senado eleito neste sábado também acumula a função de chefe do Congresso Nacional, sendo responsável por conduzir as sessões e definir a pauta de votações. Além disso, cabe a ele receber pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e convocar reuniões extraordinárias em casos de crise institucional.
Hugo Motta recebe maior votação da história para um presidente do parlamento federal
Na Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito presidente da Casa com 444 dos 513 votos, a segunda maior votação da história das eleições para presidência do legislativo federal. Aos 35 anos, ele se tornou o mais jovem presidente da Câmara desde a redemocratização. Motta, que está no quarto mandato como deputado federal, obteve amplo apoio, contando com a adesão de 17 dos 20 partidos representados na Casa.
Seus adversários na disputa, Marcel van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), tiveram 31 e 22 votos, respectivamente. Houve ainda dois votos em branco. A votação, apesar da expressiva maioria obtida por Motta, não superou o recorde de Arthur Lira (PP-AL), que em 2023 foi reeleito com 464 votos.
Após a proclamação do resultado, Motta assinou o termo de posse e assumiu a presidência da Câmara. O bloco que o elegeu reúne tanto partidos da base governista, como PT e PCdoB, quanto legendas de oposição, como PL e PP. Juntas, essas siglas somam 494 dos 513 deputados da Casa, consolidando uma ampla coalizão em torno do novo presidente.
O presidente da Câmara tem a função de definir a pauta de votações do plenário, supervisionar os trabalhos legislativos e integrar órgãos importantes, como o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. Além disso, é o segundo na linha sucessória da Presidência da República, ficando atrás apenas do vice-presidente.
Hugo Motta iniciou sua trajetória política em 2010, quando foi eleito deputado federal aos 21 anos. Médico de formação, ele vem de uma família tradicional da política paraibana e tem perfil conciliador, transitando entre diferentes grupos ideológicos e setores empresariais. Seu mandato na presidência da Câmara se estenderá até fevereiro de 2027.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou Motta pela eleição, destacando a importância da parceria entre os Poderes para o desenvolvimento do país. Em nota divulgada nas redes sociais, Lula afirmou que pretende manter uma relação de diálogo com o Legislativo, buscando avanços nas áreas econômica, social e ambiental. Bolsonaro também estendeu seus cumprimentos aos novos presidentes da Câmara e do Senado, a exemplo de Lula.