Hoje é 16 de setembro de 2024 16:05

Universidades e institutos federais mantêm greve; UFG decide neste sábado

Coordenadores do movimento em nível nacional apontam intransigência do governo e cobraram, nesta sexta-feira, continuidade das negociações
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) reclama de intransigência do governo, ao decretar de forma unilateral o fim das negociações // Fotos: Divulgação

As universidades e institutos federais de ensino superior (Ifes) vão continuar em greve. As entidades coordenadoras da paralisação disseram que não pretendem assinar o acordo anunciado pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos na segunda-feira (20/5). Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (24/5), as entidades cobraram a continuidade das negociações.

Na quarta-feira (22), o ministério encaminhou comunicado às entidades informando que estavam encerradas as negociações com os professores das universidades e institutos federais. Segundo o texto, o encontro marcado para a próxima segunda-feira (27) tem como objetivo a assinatura de um termo de acordo, “não restando, portanto, margem para recepção de novas contrapropostas”.

O presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Gustavo Seferian, disse que o comunicado demonstra a intransigência do governo, ao decretar de forma unilateral o fim das negociações.

“Repudiamos a interrupção unilateral do processo democrático de negociação pelo governo federal”, afirmou Seferian, em entrevista coletiva.

“Queremos seguir conversando com o governo federal e entendemos que há, sim, espaço no orçamento deste ano para comportar, não só as demandas remuneratórias, mas sobretudo a recomposição de investimentos nas instituições federais de ensino superior”, acrescentou.

Docentes e administrativo participaram de audiência pública na Câmara de Deputados na quinta-feira (23)

Pela proposta do governo, apresentada em maio, os professores de universidades e colégios federais teriam aumento de 13,3% a 31% até 2026. Os reajustes, entretanto, só começariam a ser aplicados em 2025.

Os índices de reajuste deixarão de ser unificados e variarão com base na categoria. Os que ganham mais terão o aumento mínimo de 13,3%. Quem recebe menos ganhará o reajuste máximo de 31%. Com o reajuste linear de 9% concedido ao funcionalismo federal em 2023, o aumento total ficará entre 23% e 43% no acumulado de quatro anos, informou o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Um dos questionamentos da categoria é que a proposta não prevê nenhum reajuste este ano.

“Nesse momento, temos mais de 30 assembleias, já concluídas e em curso, que vêm sinalizando rechaço à proposta do governo federal. A greve não só continua, mas segue mais forte do que nunca”, afirmou Seferian.

Segundo o comando de greve, há espaço no orçamento para atender às demandas da categoria, a partir do desbloqueio de R$ 2,9 bilhões no relatório orçamentário, informado pelo governo na quarta-feira (22). De acordo com os líderes do movimento, o recurso deve ser voltado para recompor as perdas salariais dos últimos anos. (Com informações da Agência Brasil)

Sindicato dos docentes da UFG defende fim da greve

A greve dos professores e dos técnicos administrativos das instituições federais de ensino superior e colégios federais começou em 15 de abril. Segundo balanço do Andes, assembleias realizadas até esta sexta-feira nas instituições de ensino indicam a continuidade da greve em 59 universidades e mais de 560 colégios federais.

Em Goiânia, após quase quatro horas de debate, os docentes presentes na Assembleia Extraordinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), realizada nesta quinta-feira (23/5) no Campus Samambaia, optaram pela rejeição da proposta do Governo Federal à categoria. A decisão final sobre o assunto, no entanto, ocorrerá por meio de plebiscito eletrônico, conforme prevê o Estatuto do Adufg-Sindicato. Na votação, os docentes também vão decidir sobre a manutenção ou não da greve.

Em nota aos associados, a Diretoria do Adufg-Sindicato explicou que defende o fim da greve porque a nova proposta do Governo Federal “apresentou avanços em relação ao reajuste salarial, por meio da reestruturação de nossa carreira”.

“Diante disso e considerando a análise sobre o conteúdo da nova proposta e encaminhamentos do Conselho Deliberativo do Proifes-Federação, a Diretoria do Adufg Sindicato defende a aprovação da proposta, a assinatura do acordo e, portanto, o encerramento da greve de docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG)”, diz a nota, que ainda elenca vários pontos da proposta do governo considerados positivos pelo sindicato.

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