As dívidas deixadas na prefeitura de Aparecida de Goiânia pelo ex-prefeito Vilmar Mariano (UB) já somam mais de R$ 425 milhões. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (8/1) pelo novo secretário da Fazenda, Carlos Eduardo de Paula Rodrigues, após descobrir 248 processos engavetados pela equipe de finanças do ex-prefeito. Apenas estes processos acrescentam R$ 95 milhões em dívidas.
Conforme adiantou reportagem o PORTAL NG, o prefeito Leandro Vilela (MDB) classificou a situação do município como “calamitosa”, devido à falta de recursos para pagar o salário de dezembro dos servidores e dívidas com fornecedores. A gestão que assumiu a prefeitura dia 1º de janeiro afirma que o ex-prefeito preferiu pagar R$ 135 milhões para alguns fornecedores no último mês de mandato em vez de quitar a folha de pagamento dos servidores, de R$ 58 milhões. A atual gestão encaminhou um relatório ao Tribunal de Contas dos Municípios, que vai apurar esses pagamentos.
“É uma falta de respeito o que fizeram com os servidores, que são a nossa prioridade número um neste momento. Infelizmente, não há uma previsão para a entrada desses recursos em caixa, mas assim que a prefeitura de Aparecida tiver condições de pagar, nós honraremos esse compromisso que o prefeito anterior não teve a honradez de cumprir”, garante Leandro Vilela.
Apesar das dificuldades financeiras, o novo prefeito já iniciou diversas frentes de trabalho para limpar a cidade e recuperar o asfalto.
“Aparecida retrocedeu 30 anos em 3. Pela primeira vez em 15 anos, o salário não é pago dentro do mês trabalhado, desconstruindo toda a saúde financeira que foi marca dos governos dos ex-prefeitos Maguito Vilela e Gustavo Mendanha; mas com planejamento, transparência e responsabilidade com o dinheiro público, voltaremos a fazer de Aparecida uma cidade que investe e atrai investimentos”, garante.
Ex-prefeito não pagou HMAP, coleta de lixo, subsídio do transporte e até internet
Entre as dívidas a pagar de 2024 deixadas pela gestão do ex-prefeito Vilmar Mariano há também R$ 25,5 milhões do subsídio do transporte coletivo; e R$ 24 milhões em aberto junto à gestão Albert Einstein do Hospital Municipal de Aparecida. Até a internet do município estava cortada por falta de pagamento. A gestão anterior deixou acumular R$ 1,2 milhão em débitos com o provedor, segundo a prefeitura.
O rombo financeiro na prefeitura de Aparecida foi informado formalmente ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), nesta quarta-feira (8/1), para que o órgão tome providências para com os responsáveis pela antiga administração da cidade.
Nova gestão corta comissionados e negocia com fornecedores
Segundo o secretário Carlos Eduardo de Paula Rodrigues (foto), a gestão do prefeito Vilela já está adotando medidas de austeridade para superar a crise financeira. Entre as providências tomadas estão o corte de 30% no quadro de servidores comissionados, economia de água e energia nos prédios públicos e negociação com fornecedores para buscar o parcelamento dos débitos.
“Estamos numa equação econômica difícil de resolver num curto prazo. Mas uma providência que já estamos tomando é rever com lupa cada fatura paga e não paga para saber se não houve superfaturamento”, explica o gestor.
Outro lado – A reportagem do PORTAL NG entrou em contato com o ex-prefeito Vilmar Mariano, para ouvir a versão dele sobre as afirmações da atual gestão, mas o ex-prefeito não retornou o contato da Redação.